Gatos mecânicos e outras engenhocas podem fazer
companhia a idosos britânicos dentro de três anos, caso a sociedade
seja convencida a fazer esse tipo de experiência com
robôs.
Um relatório da Real Academia de Engenharia,publicado nesta quinta-feira, mostra que soldados-robôs e
dispositivos cirúrgicos estão sendo rapidamente desenvolvidos, mas
que o debate ético e jurídico está ficando para trás.
"Isso não se restringe pelas possibilidades
tecnológicas tanto quanto pelo desejo de fazer -- e isso está
vinculado a todo tipo de fatores sociais", disse o professor Will
Stewart, da Universidade de Southampton, que contribuiu para o
relatório.
Além de criar mascotes-robôs, seria possível
também automatizar babás, terapeutas e companhias sociais e até
mesmo sexuais, segundo o relatório.
Como os idosos devem constituir cerca de
metade da população britânica até 2020, os robôs também poderiam
ajudar a cuidar da saúde desse grupo.
"Não é um substituto completo para uma ligação
semanal do seu filho. O que se quer é uma atenção contínua, e isso
é muito difícil", disse Stewart.
Um mascote robótico poderia disparar um alarme
em caso de acidente, monitorar o conteúdo da geladeira e alertar o
morador idoso a desligar a calefação quando for
necessário.
Mas há desafios éticos, como a possibilidade
de que os robôs levem a um maior isolamento dos idosos. Também
seria preciso regulamentar a grande quantidade de dados armazenados
nesse tipo de monitoramento.
"Nossas estruturas jurídicas e pensamento
ético ainda não estão na era da automação", disse Chris Elliott,
que colaborou na parte jurídica. "Eles têm de alcançar (o novo
estágio) para que nossa segurança e qualidade de vida possam se
beneficiar de sistemas autônomos."
Se os obstáculos éticos e jurídicos forem superados, alguns
sistemas robóticos poderiam ser disponibilizados dentro de um ou
dois anos, enquanto sistemas portáveis com uso prático levariam
cerca de três anos.
Quando estiverem plenamente desenvolvidos, os
mascotes robóticos poderiam oferecer aos britânicos um serviço
semelhante ao de um enfermeiro de carne e osso. "Estamos tentando
oferecer a todos os tipos de serviço que os ricos teriam tido há 50
anos", disse Stewart.
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